A grande família
“Faz 11 anos que eu, um maltês irresistível, ganhei uma família de verdade. Eu e minha mãe nos encontramos no shopping, em um pet shop. Eu fiz tanta graça para ela que não conseguimos mais nos separar . Sim, ela me levou para casa e me deu o nome de Nicholas! Brincamos, trocamos carinhos e eu confesso que fiz muita arte durante o primeiro ano que passamos juntos. Foi então que, para completar minha felicidade, ganhei minha primeira irmã, a Layla, uma cachorrinha da raça lhasa apso. Mas a gente não tem muito em comum, sabe? Ela é o meu oposto, na verdade: bem calma e na dela. Mesmo assim, eu a amei desde o primeiro instante em que nos vimos. Depois de alguns anos, ganhei um pai humano, que veio com dois gatinhos para casa. Sempre recebi todo mundo de boa, sem discriminar ninguém. É claro que os gatos demoraram mais para fazer amizade comigo . Mas ninguém resiste ao meu jeitão agitado e feliz! É sério! Hoje, divido a casa com a Layla e mais cinco gatinhos. Cada um tem o seu jeito: o Fred parece uma jamanta desgovernada, a Leona e a Quenca são delicadas feito bailarinas, a Flora pensa que é cachorro também e a Pretinha ainda está aprendendo a conviver com a nossa bagunça, já que foi a última a chegar. Na hora de dormir, vamos todos para o quarto dos meus pais. E ai deles se chegarem tarde em casa! Até hoje, ainda me vingo quando acontece isso, do mesmo jeito que eu expressava a minha rebeldia quando era um filhote: fazendo xixi onde não devo! Minha mãe briga comigo nessas horas, mas não muito. Ela sabe que a gente dá trabalho, mas sempre repete que nós somos os filhos que a vida deu a ela, somos a família com quem ela aprendeu a conviver. E a verdade é que, do lado de cá, sentimos a mesma coisa. Eu não posso me imaginar sem o sorriso dela, sem a sua mão protetora me oferecendo o alimento, o afeto e o aconchego. Por isso, quando ela se entristece, não saio um minuto do pé dela e até seco suas lágrimas. Quero vê-la radiante sempre. É tudo que ela merece. Mesmo com uma família tão grande, não falta amor para ninguém. Ela tem o maior coração do mundo, onde sempre cabe mais um”.