Fã de esportes radicais
“Quando cheguei à minha casa, eu era do tamanho de um tênis, tinha pouco mais de um mês de vida. E me dei bem, de cara, com o meu dono, que é o meu maior companheiro até hoje. Desde as primeiras viagens que fizemos juntos para a praia, nos divertimentos muito. Como sou um labrador, é normal da minha raça gostar de água, porque eu sinto calor e preciso me refrescar. Então, logo na primeira vez que vi meu dono no mar, praticando um esporte que os humanos chamam de stand UP, corri nadando atrás dele e coloquei minha patinha na prancha. Ele logo entendeu e me colocou lá em cima. E seguimos assim por horas, mar adentro. Meu dono percebeu que eu levava jeito, porque me equilibrei, abanei o rabo, lati, mostrando que estava alegre fazendo aquilo. Ele começou a me treinar para brincar na água e não tomar caldo e, alguns meses depois, peguei onda em uma praia bem calminha que fomos visitar, lá em Florianópolis. E assim fui pegando gosto pelo esporte. Agora tenho quase oito anos e já fui campeão várias vezes. Na Califórnia, tem um campeonato em que todos os surfistas levam os seus cachorros e ganhamos logo na primeira vez em que pegamos onda juntos, eu e meu dono. Quando fui sozinho, ganhei em terceiro lugar e, no ano seguinte, fui vice. Com isso, já viajei umas 50 vezes de avião, sempre para competir, e até apareci na TV mais um montão de vezes. Mas nem por isso eu me sinto celebridade, viu! Ando diariamente na praia, sem coleira, e brinco com todo mundo que passa. Também vou visitar crianças doentes e idosos em asilos e procuro levar um pouco de alegria e carinho para essas pessoas. E, claro, também faço minhas travessuras. Outro dia, meu dono saiu de perto e deixou um prato de panquecas dando sopa em cima da mesa. Ah, eu não sou de ferro! Comi tudinho e ainda limpei o prato, não fiz uma baguncinha sequer! Quando ele voltou, tomou um susto e demorou a entender o que tinha acontecido, porque eu disfarcei bem. Ele ficou bravo, mas logo me perdoou. Afinal, é isso o que acontece entre dois amigos de verdade, não é mesmo?”